25 de julho de 2008

O que a igreja ganha com o evangelismo on-line?



Essa pergunta é pertinente se você está pensando em lançar um plano sério de evangelismo digital. Mas antes de fazer essa pergunta, que tal lançarmos outra pergunta: "o que as pessoas ganham com o evangelismo digital?" É a essa pergunta que vamos responder primeiro.

Em um plano de evangelismo digital, o que chega primeiro às pessoas é a informação ou o visual dela. Da mesma forma que acontece com o evangelismo presencial.

A diferença é que no evangelismo digital quase nunca há uma pessoa falando e outra escutando, interativamente. No evangelismo presencial, temos a fórmula de aplicar estudos bíblicos, que é um diálogo. No evangelismo digital, essa interatividade quase nunca acontece. Ou seja, a pessoa que está interessada em um determinado assunto tem que ler, ouvir ou assistir a um material pronto, sem interatividade dinâmica. Com isso você pode pensar: "mas isso também acontece quando o interessado assiste a uma fita de vídeo ou DVD". Sim, você está certo. No artigo Princípios do evangelismo on-line, trato desse assunto quando digo que o evangelismo digital não pretende substituir as formas convencionais de evangelismo.

Entretanto, no mesmo artigo, escrevi uma coisa que ao leitor mais atento pode causar certo incômodo:
"o evangelismo digital tem a obrigação de fornecer um maior número de informação do que o evangelismo presencial ou à distância por correspondência, e ao mesmo tempo, continuar tratando o interessado como se fosse a única pessoa no mundo."
Mas, como assim?

Seu plano de evangelismo digital parte da premissa que vai usar computadores, certo? (Senão não seria digital) Desse modo, o interessado provavelmente tem acesso à internet. Esse fato de usar a internet, define um traço muito importante do perfil do interessado: ELE PODE PROCURAR INFORMAÇÃO EM OUTRA FONTE, SE NÃO ESTIVER CONVENCIDO DO QUE LEU, VIU OU OUVIU. Não se iluda. Se ele não está convencido da verdade que está lendo, ele vai procurar em outra fonte.

Agora, você pode pensar: "se eu elaborar materiais que convençam as pessoas, elas não têm motivos para procurar em outros lugares, certo?" ERRADO! Os interessados vão procurar outras fontes de informação. Não se engane pensando que porquê seu DVD tem um bom visual ou seu site é rápido as pessoas não vão querer procurar outras opiniões.

Essa é uma característica dos internautas: eles procuram outras opiniões. Quem tem o hábito de mexer com computadores normalmente tem o senso crítico mais apurado. Não que sejam mais inteligentes, mas eles questionam mais. Por que? Porquê essas pessoas lêem mais que a média da população e são obrigadas a raciocinar sobre o que lêem. Afinal, as interfaces com os usuários de computador ainda são baseadas em textos.

É por isso que afirmo que o evangelismo digital tem a obrigação de fornecer mais e melhores informações. Se o interessado tirar suas conclusões sem necessitar da ajuda de outra pessoa, ele vai ter formado seu estado de consciência. Ele vai ter certeza que assimilou o que o autor quis dizer. Mesmo que ele busque outra opinião diversa, essa nova opinião vai servir para confirmar o que ele aprendeu com seu material.

E se o seu material for bom o suficiente para que o interessado esteja totalmente convencido sem desejar buscar outra fonte, parabéns! Você atingiu o alvo na mosca!

Com esse cenário, volto para responder à pergunta que fiz no início do artigo: "o que as pessoas ganham com o evangelismo digital?" As pessoas ganham CONHECIMENTO.
Temos um "produto" (a Palavra de Deus) que muita gente "distribui" (prega). Mas o que vai fazer com que os interessados fixem-se em nossa "distribuição" e não na dos outros, já que esse produto é uma commodity e, via de regra, é distribuído gratuitamente? É a qualidade do que distribuímos. Se fornecemos informações pela metade (meias-verdades) ou sem um desfecho razoável para a mente secularizada, não temos um produto com a qualidade desejada. Afinal, como pregadores das Boas Novas, nem sempre temos uma mensagem que aprova o que as pessoas praticam. Temos uma mensagem que incomoda. Se apenas incomodarmos, sem convencer as pessoas, elas continuarão procurando o que as acalente. É como um fumante que sabe que o cigarro faz mal, mas continua fumando. Por quê isso acontece? Porquê ele não trouxe para si mesmo a responsabilidade de parar de fumar. Ele diz que o remédio para parar de fumar não fez efeito, que o corpo não consegue mais ficar sem nicotina, que vai engordar se parar com o vício, etc. Ou seja, ele está incomodado, certamente, mas busca alguma coisa que tire dele a responsabilidade de cuidar de sua própria saúde. Com o evangelismo digital é assim. Se, por exemplo, um estudo diz a verdade, mas não é exposto de uma maneira que convença o interessado, ele pode atribuir a responsabilidade por não se converter ao material e não a si próprio. Ou seja, precisamos disseminar conhecimento.

É verdade que algumas pessoas desejam informações mais detalhadas e profundas. Outras já não precisam de tantos detalhes. Seu plano de evangelismo precisa prever essa situação.

Bem, estamos falando de quem lê o material preparado. E o que falar sobre quem prepara os materiais? O que essa pessoa ganha com o evangelismo digital? Da mesma forma que os interessados, os autores de material ganham CONHECIMENTO. Elas passam a ter que pensar como quem tem dúvidas a respeito do assunto. Elas passam a ter que estudar mais para publicar um assunto. Elas passam a dominar os assuntos abordados em vários níveis de profundidade.

Mas isso também acontece no evangelismo presencial. Claro que sim! E graças a Deus por isso! Lembra que lidamos com pessoas? Nunca se esqueça disso: LIDAMOS COM PESSOAS. E onde o evangelismo digital pode ajudar? A grande vantagem é que no evangelismo digital as pessoas buscam informações sozinhas e conforme seu próprio ritmo, sem alguém do lado. As pessoas, na maioria das vezes, decidem e tiram conclusões sozinhas. Basta que as informações estejam disponíveis.

Prepare um material como se estivesse preparando para a última pessoa do mundo com chance de se salvar. Faça um trabalho realmente bom. E sabe por quê é necessário trabalharmos em cada publicação de material como se fosse uma jóia única e artesanal? Porque na internet as informações estão a um clique de distância. Tanto as que concordam conosco como as que não concordam conosco. Se na igreja física, muita gente não ouviu falar em dissidência, na internet essa não é a realidade. Quer uma prova? Pesquise no www.google.com as palavras TRINDADE e ADVENTISTA e veja o resultado apenas na primeira página. O pessoal que não concorda com as doutrinas oficiais pegam pesado, meu amigo.

Com tudo isso posto, agora podemos responder à pergunta que é o título desse artigo: "O que a igreja ganha com o evangelismo digital?"

A igreja ganha pessoas com maior nível de conhecimento. Por conseqüência, ganha pessoas que têm certeza de suas crenças. Ganha pessoas que têm maior senso crítico e certamente não vão deixar se levar por ventos de doutinas. Além disso, a disseminação de informação pelos meios digitais é infinitamente mais veloz do que pelos meios impressos.

O evangelismo digital tem um papel fundamental "para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro; antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo" (Efésios 4:14 e 15)

Portanto, planeje seu evangelismo digital.
Elabore materiais incontestavelmente bons.
Saiba que seu material poderá ser lido e estudado por várias pessoas ao redor do mundo, no mesmo instante que acabou de ser publicado.
Ore para que Deus o capacite para realizar um bom trabalho.
Esteja preparado para perguntas profundas e de alto nível.

Enfim, mãos à obra.


Grande parte dos artigos publicados nessa seção do site, foram extraídos do blog Evangelismo Digital do Vinícius Assef.

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