27 de setembro de 2008

Decepcionando Jesus


Texto: Mateus 26:36-45
Tema: O Sofrimento de Jesus no Getsêmani

INTRODUÇÃO (vv. 36-37)
Jesus encerrou Seu trabalho de pregação com os discípulos e realizou a última Ceia. Logo após, o grupo dirige-se ao Getsêmani para um momento especial pelo qual Jesus teria que passar. Judas já não estava mais com o grupo. Jesus e os 11 chegam à entrada do jardim, onde ficam alguns deles e apenas 3 entraram com Jesus.
Pedro, Tiago e João são os convidados a partilharem de um momento especial no ministério de
Jesus. Eles têm a tarefa de orar para que nem eles nem Jesus fraquejassem naquele momento crucial para a história da humanidade. O que aconteceu? Eles atenderam ao apelo de Cristo, ou O decepcionaram nesta hora tão difícil?

I. A PRIMEIRA DECEPÇÃO
A. Jesus contava com a oração dos Seus amigos (v. 38).
1. Naquele momento de grande angústia, Jesus esperava contar com o apoio daqueles a
quem Ele tinha tanta estima e consideração.
2. A angústia pela qual Ele estava passando era tremenda. Todos os pecados da humanidade pesavam-Lhe sobre os ombros. (v. 39)
B. Os discípulos mais amados deixam-se vencer pelo sono (vv. 40-41)
1. Quantas vezes já aconteceu de Jesus ir em busca de nosso auxílio, e nós estarmos “dormindo”?
a. No trabalho missionário.
b. Na vergonha de testemunhar do Evangelho para nossos amigos.

II. A SEGUNDA DECEPÇÃO
A. O texto menciona que novamente Jesus os encontra dormindo, pois “seus olhos estavam pesados” (v. 43)
1. O que faz nossos olhos ficarem tão “pesados”, que não conseguimos nem mesmo passar um breve momento orando a Deus, buscando o poder?
a. Orgulho pessoal – nos impede de sentir a necessidade de Deus.
b. Vaidade – anuvia nossa mente das coisas espirituais e celestes.
c. Falta de amor fraternal – semeando a discórdia entre os irmãos.
d. Falta de fé – não temos a certeza de que Deus nos ouve e nos vê.

III. A TERCEIRA DECEPÇÃO

A. A angústia de Cristo era tanta que Seu suor transforma-se em sangue (Lc 22:44).
B. Todo o peso pelo pecado da humanidade recaía sobre Ele, sozinho. O céu ficou em silêncio para ver se Jesus sairia vitorioso sem usar o poder real que Lhe era conferido.
C. Toda a hoste satânica estava a atormentar a Cristo com o pensamento de que os discípulos (presentes e futuros) não mereciam tamanho sofrimento. Os Seus queridos discípulos O abandonaria seguidas vezes e rejeitariam Seu amor.
D. Novamente Ele vem em busca de uma palavra de apoio dos Seus amados, vem em busca da certeza de que não estava só (v. 45).
1. Novamente eles estão “dormindo”.

IV. A VITÓRIA FINAL
A. Jesus decide prosseguir, custe o que custar.
B. Mesmo conhecendo nossos pecados, Ele não nos abandona à própria sorte. Decide derramar Seu sangue e beber o cálice da dor, se este for o único caminho para redimir o pecador arrependido.
C. O amor de Jesus é mais forte que Sua dor.

ILUSTRAÇÃO

No estado em que me achava, meio acordado, meio dormindo, me vi dentro de uma sala. Não existia nada de interessante nela, exceto uma parede cheia de gavetas para cartões. Aqueles cartões que existem em bibliotecas públicas, de arquivo de livros, etc.
Mas estes arquivos, além de irem do chão ao teto, pareciam não ter fim e tinham também títulos bem diferentes. Quando me aproximei destes arquivos, o primeiro título a me chamar atenção foi “Garotas de quem eu gostei”. Abri-o e comecei a ver os cartões um por um, para logo fechar a gaveta, surpreso em reconhecer os nomes ali escritos. De repente, sem ninguém precisar me dizer, descobri onde estava.
Esta sala sem vida, era, na realidade, o catálogo da minha vida.
Aqui estava tudo organizado por ações, todos os meus momentos, grandes e pequenos, em detalhes que minha mente não podia acompanhar. Um senso de curiosidade e espanto, misturado com horror surgia dentro de mim ao abrir cada gaveta para descobrir seu conteúdo. Algumas me traziam belas alegrias e contentamento, saudade e memórias. Outras me traziam vergonha, tão grande que olhei por detrás de mim para ver se havia alguém me espiando. O arquivo intitulado “Amigos” estava ao lado do arquivo “Amigos que traí”.Os títulos iam do mero mundano à extrema loucura: “Livros que li”, “Mentiras que contei”, “Conselhos que dei”, “Piadas das quais ri”. Alguns eram hilariantes devido à sua exatidão: “Coisas que gritei aos meus irmãos”. Em outros não havia a menor graça: “Coisas que fiz quando estava com raiva”, “Palavras que proferi contra meus pais por trás deles”. Eu não parava de me surpreender com cada conteúdo que se apresentava. Alguns arquivos tinham normalmente mais cartões do que eu esperava. E outras vezes, menos do que eu sonhava.
Eu estava estupefato com o volume de coisas que fiz durante minha curta vida. Como eu pude ter tido o tempo necessário para escrever esses milhões e milhões de cartões, cada um em sua exatidão?!? Mas cada cartão confirmava uma verdade. Cada um deles eu havia escrito com meu próprio punho e constava a minha assinatura em todos. Quando puxei o arquivo “Músicas que escutei”, vi que o arquivo crescia para conter todo o seu conteúdo. Depois de puxar uns 4 ou 5 metros resolvi fechá-lo envergonhado. Não somente pela qualidade depravada das músicas, mas também pelo vasto tempo perdido que todo aquele arquivo representava.
Cheguei então num arquivo intitulado “Pensamentos sensuais”. Senti um calafrio percorrer todo o meu corpo. Abri a gaveta somente um pouquinho, pois não estava a fim de testar o tamanho, e tirei um dos cartões. Fiquei todo arrepiado com o conteúdo. Senti-me mal em saber que este momento havia sido gravado. Uma raiva animal tomou posse de mim. Um pensamento tomou conta de mim: “Ninguém deve saber da existência desses cartões! Ninguém deve entrar nesta sala! Tenho que destruir tudo!”Em frenéticos e loucos movimentos puxei uma das gavetas, estendendo metros e metros de conteúdo infinito. O tamanho do arquivo não importava. Nem o tempo que eu levaria para destrui-lo. Quando a gaveta saiu, joguei-a no chão, de cabeça para baixo, e descobri que todos os cartões estavam grudados! Fiquei desesperado e peguei um bolo de cartões para rasgá-los. Não consegui. Peguei um. Era duro como aço quando tentei rasgá-lo. Derrotado e cansado, retornei a gaveta de volta ao seu lugar e encostando minha cabeça contra a parede, deixei um triste suspiro sair de mim. Foi então que eu vi: um arquivo novo, como se nunca tivesse sido usado. A argolinha pra puxar brilhando de limpa debaixo do título “Pessoas com quem falei de Cristo.”Puxei o arquivo - 5 centímetros de comprimento. Eu podia conter os cartõezinhos em minha mão. Aí, então, as lágrimas vieram. Comecei a chorar. Soluços tão profundos que machucavam meu estômago e me faziam tremer todo. Caí de joelhos e chorei mais e mais. Chorei de vergonha, de pura vergonha. A infinita parede de arquivos, já embaçada pelas minhas lágrimas olhava de volta para mim, imóvel, insensível.
Pensei: “Ninguém pode entrar aqui. Tenho que trancar esta sala e destruir ou esconder a chave.”Quando enxugava as lágrimas eu O vi. Não! Ele não! Não aqui! Todo mundo, menos Jesus!
Olhei-O, sem poder fazer nada, enquanto ele aproximou-se das gavetas e começou a abri-las, uma por uma, lendo os seus conteúdos. Eu não podia ver a Sua reação. Nos momentos em que tomava coragem suficiente para olhar em Seu rosto, eu via um tristeza bem mais profunda do que a minha. E parece que Ele ia exatamente nos piores títulos. E Ele tinha que ler cartão por cartão? Finalmente, Ele virou-se e ficou me olhando, desde o outro lado da sala onde estava. Olhou-me com dó em Seus olhos. Não havia nenhuma raiva. Abaixei a cabeça e comecei a chorar, cobrindo minha face com as mãos. Ele andou até mim, abraçou-me, mas não me disse nada. Ah! Ele poderia ter dito tantas coisas! Mas não falou. Simplesmente chorou comigo. Depois, levantou-se e dirigiu-se para a primeira fila de arquivos. Abriu a primeira gaveta, numa altura que eu não alcançava, tirou o primeiro cartão e assinou o Seu nome. E assim começou a fazer com todos os cartões. Quando percebi o que Ele estava fazendo gritei “Não!” bem alto, correndo em Sua direção. Tudo o que eu podia dizer era: “Não!” “Não!”. Seu nome não deveria estar nestes cartões. Mas ali estava, escrito num vermelho tão rico, tão escuro e tão vívido. O nome de Jesus cobriu o meu. Estava escrito com Seu próprio sangue. Ele olhou para mim um tanto triste e continuou a assinar. Nunca entenderei como Ele assinou todos os cartões tão depressa, pois quando me dei conta, Ele já estava ao meu lado. Colocou a mão no meu ombro e disse: “Está consumado.” Levantei-me e Ele levou-me para fora daquela sala. Não existia fechadura na porta, e ainda existem muitos cartões a serem escritos…

CONCLUSÃO
Mesmo em meio a tamanho sofrimento, mesmo com a decepção de saber que Seus queridos discípulos O abandonariam em breve, e não resistiram nem mesmo alguns minutos de sono para orarem por Ele; mesmo assim, Cristo aceita ser o sacrifício expiatório pelos pecados de todos os homens. Seu amor pela humanidade é mais forte que a dor física pela qual teve que passar.

APELO
A. Precisamos acordar do pecado. Abrir nossos olhos espirituais.
B. Deus tem expectativas a nosso respeito. Nosso testemunho pessoal deve ser o maior sermão que podemos pregar aos outros. Não podemos permitir que as dificuldades e temores do dia-a-dia nos impeçam de estarmos alertas quanto Jesus nos procurar.
C. Quantos estão dispostos a, assim como Jesus, permanecerem firmes pelo que é certo e serem vencedores no grande dia de prova que está à nossa frente? Fiquem de pé, pois faremos uma oração de poder ao nosso Deus pela sua decisão.

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