8 de abril de 2008

Milagres de C.S. Lewis


Em toda a minha vida só encontrei uma pessoa que afirmasse ter visto um fantasma. O que é interessante a respeito da história é que essa pessoa não acreditava na alma imortal antes de ter visto o fantasma e continua não crendo após vê-lo. Ela diz que aquilo que viu deve ter sido uma ilusão ou uma peça pregada pelos seus nervos. Como é evidente, ela pode estar certa. Ver não é crer.

Assim sendo, a pergunta sobre a ocorrência de milagres jamais pode ser respondida apenas pela experiência. Cada acontecimento que poderíamos alegar ser um milagre, em última análise, é algo apresentado aos nossos sentidos, algo visto, ouvido, tocado, cheirado ou degustado. E nossos sentidos não são infalíveis. Se alguma coisa parece ter acontecido, podemos sempre dizer que fomos vítimas de uma ilusão. Se nossa filosofia de vida exclui o sobrenatural, vamos sempre dizer isso. O que aprendemos da experiência depende do tipo de filosofia que levamos a ela. É, portanto inútil apelar para a experiência antes de termos estabelecido, na medida do possível, a questão filosófica.


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