1 de março de 2008


Enquanto pela tela divina cirandam imagens de bilhões de pessoas, se alternando em velocidade impressionante, o Senhor discursa: Meus filhos, meus filhos. Aí vão vocês, caindo, tropeçando, esbarrando no escuro, batendo a cabeça.


E aqui fico eu, olhando por cada um com a máxima atenção, atento a cada mínima decisão, louco de vontade de intervir, de ajudar, de salvar e enchê-los de paz genuína e de uma esperança que excede o seu vão entendimento. Mas eu não posso atropelar seu livre arbítrio e fazer por vocês o que vocês não pediram; não posso contrariar sua escolha de permanecer longe de mim, determinando livremente seus caminhos conforme indica sua própria razão ou conforme o que manda o seu coração.

Algumas vezes vocês se mantém longe de Mim porque têm. Medo de punição ou medo de se verem constrangidos a tomar outras decisões para suas vidas. É que o ser humano tem medo do que não conhece e, definitivamente, vocês não me conhecem.

Outras vezes vocês se mantém longe de Mim por achar que eu não me importo com sua e essa sensação também advém do seu desconhecimento a meu respeito. Em suma, filhos, o que vocês mais precisam é me conhecer. E o curioso, irônico até, é que não há nada que eu queria mais do que ser conhecido, ao menos naqueles aspectos e atributos que vocês conseguem compreender. Como para mim não existe nada, eu me faço conhecer. Seja pela natureza, seja pela Bíblia, seja através de pessoas que já me conhecem.

Eu posso ser conhecido, meus queridos. Eu quero ser conhecido!



Em algum momento, de tanto falar, vocês tropeçam em alguns traços do meu caráter, em alguns dos meus atributos peculiares. Vocês podem se impressionar com minha onisciência, mas a onisciência, só, não me define. Vocês podem esbarrar na minha onipresença ou na minha onipotência, mas também esses elementos destacados não me definem. Vocês podem reconhecer a minha imutabilidade, minha soberania e a minha, mas apalpar esses atributos isolados não é me conhecer, porque dizer que sou todas essas coisas não é pintar um quadro completo de Mim.

Fica faltando uma peça nesse quebra-cabeça, a peça mais importante, a que, sozinha, poderia servir para dizer quem Eu sou. Apenas quando vocês ficam face a face com minha graça é que começam a pressentir que característica é essa. Para saber qual é ela, é preciso passar tempo comigo, é preciso meditar nos reflexos mais exatos de Mim: minha palavra, meu Filho encarnado, morto e ressuscitado em seu favor.

O que me define, essa característica final, não se ufana, não se ensoberbece, não suspeita mal. Tudo crê, tudo suporta. Essa última característica não se esgota jamais, está presente em cada mínimo ato meu e é o que determina os grandes e impressionantes atos também. Ela nunca falha, é sofredora é benigna, não inveja, não se irrita.

Cada ramo de arbusto, cada pétala de flor, cada pássaro e cada peixe, cada sorriso de criança pulsa no compasso disso, essa característica que vocês tanto penam para ver em Mim e sem a qual sua vida não é vida, mas mera sobrevivência.Vocês agora vêem como que por um véu, mas um dia verão face a face, em toda a extensão dessa característica que constrange, deixa sem palavras, dá lugar ao louvor.

E quando vocês me conhecerem por essa última característica e começarem a louvar em resposta, eu sorrirei, haverá festa no Céu. Essa festa é para vocês, meus filhos. Sem vocês ela é triste. Sem vocês ela não acontece. Passem tempo comigo, olhem para cima, tomem a minha mão e me conheçam enquanto é tempo. Saibam enfim quem sou Eu.

Descubram, enfim, que o que me define, queridos, é o amor. "Deus é amor." (1 João 4:8). Simples assim.

Marco Aurélio.

Nº 8 da série Este é o nosso Deus.